Um poema (do nada):
vaga anatomia.
Quando a merencória equação
se resolverá?
Infindável incógnita
matemática.
Ara e semeia
a seara – poesia.
Colhe a palavra
fruto,
sentido e forma
afora –
Ah, voluptuosas
curvas da metáfora,
há quanto resisto
a tua investida imprópria,
a tua fácil carcaça?
Há quanto
roço-me em tua
epiderme,
teus beiços e tuas tetas
e mesmo assim
te manténs inviolada?
Poesia incauta,
dedico a vida
atrás da perfeição –
porém sequer
lhe distingo
a feição, a silhueta.
Escarro sobre
a folha
o que me resta,
estas palavras
hepáticas,
amarelecidas –
um rastro vago
do que seria poesia.
Duvidá-la,
a ela de si mesma,
subtraí-la.
Eis a única
ideia válida
que o rebuliço
do meu pensamento
um dia pariu.
Já o resto...
o que vale
o resto de quem
as sobras são
o suficiente?
Cada vez mais vc corrobora o que eu já suspeitava: gosto muito do vc escreve, meu amigo.
ResponderExcluirE isso que vc ainda é muito novo! Fico me perguntando o que vc escreverá quando tiver alcançado a maturidade plena.
Continue dando o seu melhor. E PARA de pensar que eu estou puxando o seu saco. Desce desse pedestal de uma vez. Quanto eu achar ruim alguma coisa que vc escrever, te direi, pode ficar tranquilo.
Ah! Essa categoria Poemas sobre poemas acho que só vc escreverá nele! Eu tenho muito o que falar sobre mim mesma ^____^