segunda-feira, 17 de maio de 2010

Modo Poético

um poema
não é o pensamento
ou o expressá-lo.
Não é o como
entre tantas formas
dum dizer-se se
dizer.
Pois que o poema
parece ser
a sucessiva
afirmativa dum
não.
Ou a negação
veemente
duma afirmação
sucessiva.
Qualquer coisa antitética.
Qualquer forma vária
que plana
mas não se adivinha.
Pois só é possível
duvidá-la,
a ela de si mesma,
subtraí-la.
Obter a forma final,
o produto da equação,
no mecanismo
matemático
infindável, cuja incógnita
terá solução
quando a equação,
cifrada à sua forma, revela
a matéria vaga
do nada, isto é,
um poema


Valete, Fratres.

Um comentário:

  1. Nem o próprio Mallarmé chegou a essa conclusão!
    Ora, problematizando poema com poema é realmente digno de alguém que faz letras...
    Gostei bastante, é sonoro e ritmado, um tanto quanto apressado, como uma torneira aberta no máximo. Em golpes rápido diz o que pretende e finaliza numa conclusão aberta... massa.

    Continue dando o seu melhor (^__^)

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