quinta-feira, 6 de maio de 2010

Horas

Não caminham senão galopam

os ponteiros.

Por detrás do morro que faz a corcova

sobre a escrivaninha:

suporta a infância a memória

que ruma – desnorteada –

ávida de encontrar o fim da estrada

que não encontra senão a metade.


Mais penosa a volta que a ida.

Mundo de ires e vires.

Condensa-se nos ponteiros do relógio,

nas horas.

Toda coisa resumida a doze algarismos

que os ponteiros passam sobre –

e ignoram

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